Como medir o surto do novo coronavírus? (V.3, N.4, P.6, 2020)

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Tempo de leitura: 2 minutos
#acessibilidade Foto de um homem espirrando com muitas gotículas indo a uma grande distância, contrastando com o fundo preto da imagem.

Texto escrito pela colaboradora Paula Bohnstedt

New coronavirus outbreak: Framing questions for pandemic prevention disponível em Science Translational Medicinevolume 12, Issue 534, eabb1469 (2020)

O surto de uma doença infecciona pode ser medido por meio do seu número R0, o número reprodutivo. Esse artigo traz um conceito importante sobre o R0, o qual está relacionado ao número de pessoas para as quais o vírus pode ser transmitido a partir de uma pessoa infectada. Se esse valor for maior que 1 (um), R0>1, os casos são estatisticamente capazes de transmitir a infecção para casos secundários. No entanto, tendo esse número igual ou menor que 1 (um), R0≤1, a probabilidade de transmissão é muito pequena, acabando rapidamente a transmissão. As estimativas atuais para o surto de SARS-CoV-2 na China, tem R0 variante de 2,5 a 2,9 e taxa de letalidade de 2,3% para todas as idades.

A principal questão sobre a pandemia atual está relacionada ao elevado R0 quando comparado a outros surtos de coronavírus, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2002-2003 e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) de 2012-2015, que têm estimativas que sugerem R0<2 em ambos os casos. O valor do R0 pode ser estimado com modelos matemáticos básicos de surtos epidemiológicos de coronavírus, podendo ter uma precisão que depende da qualidade do modelo de transmissão e dos dados utilizados.

Para ter estimativas mais confiáveis é preciso levar em consideração as diversas variáveis existentes, como a interação patógeno-hospedeiro (vírus-homem) e a condição atual da sociedade. Ainda, no caso da SARS-CoV-2, o fato de pessoas assintomáticas também transmitirem o vírus também deve ser considerado. Modelos matemáticos complexos levando em consideração as variáveis citadas podem exigir tempo e esforço para serem desenvolvidos e serem validados (geralmente meses a anos).

Diante de poucas informações, vários grupos matemáticos nos Estados Unidos, China e Europa estão trabalhando de forma independente para prever a propagação de infecções por COVID-2019, ajudando a entender a atuação desse vírus. Infelizmente, na área médica, ainda não existem vacinas ou medicamentos, mas o artigo traz a importância das restrições das viagens, quarentena e isolamento social para proteger grandes populações e, ainda, diz que, para tomarmos medidas ideais, precisamos primeiro ter uma compreensão dos fatos que impulsionam o surto do COVID-19.

#fiqueemcasa

Esse texto foi originalmente publicado na página eletrônica do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia/Química – UFABC como resultado do projeto de extensão “Implementação/manutenção de um programa de extensão na pós-graduação em Ciência e Tecnologia / Química”

Fontes:

Fonte da imagem destacada: Freerange Public Domain Archives em Free Arrange Stock

Para ler o artigo original na íntegra, acesse: https://stm.sciencemag.org/content/12/534/eabb1469

Para saber mais:

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