#acessibilidade Abraço entre pai e filho com um aspecto de satisfação e felicidade verdadeira. Ao fundo, uma paisagem mostra a vegetação seca, e um aerogerador que se sobrepõe ao sol intenso.
ALERTA: este texto não contém spoiler
O filme “O menino que descobriu o vento” é uma biografia inspiradora, não apenas pela comovente história de vida de William Kamkwamba (personagem central da narrativa contada), mas pelo caráter motivacional da ótica pela qual a ciência e a educação são apresentadas. Em meio à crise hídrica que assola o Malawi e a consequente miséria dos mais variados recursos na aldeia, um garoto consegue mudar a dura realidade de seu povoado movido pelo estímulo do conhecimento científico.
Por trás da cortina de fumaça da meritocracia que o filme pode deixar, embasado no costume de identificar casos excepcionais dentro da sociedade e utilizá-los como modelos que qualquer um poderia seguir, ignorando as limitações de cada indivíduo para além de seu contexto histórico-social, existe uma interpretação um pouco mais subliminar e ainda mais significativa.
Logo no início do filme fica evidente que mesmo que o pai de William não tenha tido a oportunidade de estudar, ele reconhece o valor da educação como instrumento de transformação. Ainda que com uma visão limitada do ensino, pautada exclusivamente em seu caráter de qualificação profissional, ele usa seus poucos recursos financeiros para custear a escola dos dois filhos.
Com o desenrolar da narrativa, percebe-se que o William enxerga o papel transformador da educação de maneira um pouco mais ampla, associando o conhecimento científico ao potencial de intervenção no estresse hídrico, que se intensifica com o desenrolar da trama. Essa diferença de interpretação da definição da educação entre pai e filho promove desentendimentos característicos do choque de gerações, cultura e de oportunidades. O pano de fundo social também mostra o descaso do governo e evidencia que a curiosidade, a criatividade e a determinação do garoto são atos de bravura e de resistência.
Por fim, dentre as muitas lições e mensagens que o filme deixa, a mais rica delas é o papel libertador da educação. É acalentador ver um obra tão bem dirigida, com excelente fotografia resgatando de forma tão desinteressada, porém eficaz, essa mesma mensagem que nos move à cada publicação deste blog: informar para formar e libertar.
“A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão.”
Fontes:
Fonte da imagem destacada: Netflix
Para saber mais:
https://www.netflix.com/br/title/80200047
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-259993/criticas-adorocinema/
oi. gostei muito do seu site, vou verificar toda semana as atualizações.Obrigado