Resenha – O fim da eternidade – Isaac Asimov (V.2, N.2, P.4, 2019)

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Tempo de leitura: 3 minutos
#acessibilidade Capa do livro O fim da Eternidade (editora Aleph), fundo preto com linhas brancas curvas em disposição aleatória. Escrito “Isaac Asimov” em rosa e “O fim da Eternidade” em branco.

Desde quando o tempo existe?

O que é o tempo?

Até quando o tempo existirá?

Andrew Harlan é um funcionário de uma organização que monitora, analisa e manipula o Tempo. Seu cargo de Técnico da Eternidade o torna responsável por alterar o destino de bilhões de humanos. Para isso, ele deve executar Mínimas Mudanças Necessárias na Realidade para que uma Máxima Resposta Desejada seja alcançada, de modo que os efeitos destas mudanças levam à transformação de vários aspectos da sociedade. Tais mudanças de realidade são cuidadosamente calculadas e estimadas por meio de cálculos de probabilidades. Neste cenário, o leitor é conduzido a uma viagem espetacular através dos séculos. O contato que Harlan tem com os habitantes de outros séculos revela que os habitantes de cada século apresentam aspectos morais, culturais e estéticos muito diferentes entre si.

Devido ao isolamento e ao propósito da Eternidade, os Eternos foram condicionados por uma disciplina rigorosa para que sejam aptos a viverem e trabalharem na Eternidade para o “bem” da humanidade. Por isso, sendo um excelente Técnico, Harlan deixou de lado suas emoções para ser capaz de executar seu trabalho de maneira satisfatória. Porém, muitas reflexões filosóficas acerca de seu trabalho e de sua posição permeiam os pensamentos do protagonista constantemente e isso lhe confere uma personalidade introspectiva e crítica. A partir de sua capacidade dedutiva, Harlan irá descobrir que a Eternidade não é o que parece e o que os Eternos são tão humanos quanto os Tempistas.

Ao desenrolar a trama que se passa ora na Eternidade, ora na Realidade, Asimov mostra toda sua genialidade quando se trata de ficção científica. Usando uma linguagem um pouco mais científica do que de costume, o autor aborda temáticas relacionadas às áreas da Física, Estatística, Computação, Matemática e História. Por exemplo, a ideia de campo temporal e os cálculos de probabilidade de Realidade. Verificando assim sua qualidade para tratar de temas científicos. Além disso, a leitura é bem acessível e fluída, sem muitas complicações. A história é permeada por suspense e conflitos muito decisivos para o seu desfecho.

Neste livro, o escritor nos leva a profundas reflexões não só sobre o Tempo, mas também sobre o rumo da humanidade, o qual pode ser facilmente modificado pela ação dos Eternos. Além disso, o enredo muito bem elaborado é envolvido por um romance entre o protagonista e sua amada, o que deixa a história muito mais surpreendente. Ao longo dos acontecimentos cotidianos na Eternidade, o romance de Harlan com Nöys atinge uma dimensão tão grande e decisiva que coloca em risco o rumo da Humanidade e da Eternidade.

Seríamos nós, meros humanos mortais, capazes de manipular o tempo?

E se os membros da Eternidade fossem mortais?

O Eterno realmente não tem finitude temporal?

 

Com a combinação de fatores que você me entregou,

não consigo ver como ela se ajusta na Realidade anterior

– Asimov

Fontes:

Fonte da imagem destacada: Internet

Isaac Asimov, O Fim da Eternidade, 1955. Editora Aleph, 2007.

Outros divulgadores:

Ficção científica brasileira

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1 comentário(s) em “Resenha – O fim da eternidade – Isaac Asimov (V.2, N.2, P.4, 2019)

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