(Português do Brasil) Vacina contra câncer? (V.5, N.11, P.4, 2022)

Facebook Twitter Instagram YouTube Spotify

Disculpa, pero esta entrada está disponible sólo en Portugués De Brasil. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

Tiempo de leer: 4 minutos

Disculpa, pero esta entrada está disponible sólo en Portugués De Brasil. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

#acessibilidade: À direita uma mulher, jovem, branca de cabelos enrolados e vestindo blusa branca e levanta a manga para tomar uma vacina, sendo aplicada por uma pessoa usando uma luva azul.

Texto escrito por Esther Menezes e Vanessa Verdade

Você já ouviu falar em HPV? Essa é a sigla utilizada para nos referirmos ao papilomavírus humano. O HPV infecta homens e mulheres e suas variantes estão relacionadas a ocorrência de lesões como verrugas ou feridas semelhantes a aftas que ocorrem na região  dos genitais, ânus, boca e garganta (não confundir com herpes bucal, causada por outro vírus, o Herpesvirus hominis). A infecção por algumas dessas variantes também pode levar a cânceres que ocorrem na região da boca, faringe, genitais e colo do útero [1]. O câncer de colo do útero é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil [2] e em 99% dos casos diagnosticados encontramos indícios de infecção por HPV.  Por ser transmitido também durante o ato sexual, é considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST); a mais comum no mundo [3].

A infecção pelo HPV pode passar despercebida, pois muitas vezes é assintomática ou com lesões microscópicas que acabam regredindo espontaneamente [3]. Contudo, a ausência de sintomas pode ser problemática, já que sem notar a infecção, a pessoa infectada não procura tratamento, aumenta a chance de transmissão e o risco de desenvolver câncer diante de uma infecção persistente. Evitar a infecção por HPV não é fácil, já que basta o contato direto com a mucosa ou pele infectada, inclusive na parte externa dos genitais, não cobertas por preservativos [3,4]. Mesmo assim, usar camisinha, masculina ou feminina, ainda é a melhor opção, já que os preservativos diminuem a chance de contágio, protegem também contra outras ISTs, e ajudam a evitar gravidez não planejada. 

Considerando o exposto acima, a prevenção é a principal frente de combate ao HPV. Até recentemente, a única opção disponível eram exames preventivos, como o Papanicolau. Nesse exame a ginecologista faz um esfregaço, uma leve raspagem do colo do útero, para verificar a saúde das células da região. Se houver indícios de infecção, exames adicionais podem ser solicitados. Embora esse exame seja importante, não impede a infecção pelo HPV. A única estratégia eficiente para impedir o contágio é a vacinação.

Desde 2014 a vacina HPV quadrivalente está disponível no Brasil, podendo prevenir as infecções causadas pelas variantes HPV 16 e 18 (relacionadas aos cânceres de colo de útero, órgão genitais, orofaríngeo e anal) e HPV 6 e 11 (relacionadas às verrugas genitais) [5]. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente a vacina é disponibilizada gratuitamente pelo SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos e pessoas imunossuprimidas de 9 a 45 anos, que vivem com HIV (o vírus que causa AIDS), transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos. A vacina pode ser ministrada em duas ou três doses, a depender da situação.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, a vacinação nessa faixa etária considera a maior eficácia da imunização em pessoas que não tiveram contato com os tipos virais presentes na vacina, que é mais provável quando os indivíduos ainda não iniciaram sua vida sexual. Além disso, há uma melhor resposta imunológica observada nessa idade, com maior produção de anticorpos.

Então é só tomar a vacina e tudo bem? Tudo bem se sentir mais protegido, mas é importante manter os exames preventivos e o uso de preservativo. Vacinas são altamente eficientes, mas não são infalíveis. Os resultados observados até agora mostram a redução em quase 90% dos casos de câncer de colo de útero no Reino Unido após o início da vacinação [6].

Apesar da aplicação gratuita da vacina pelo SUS, o índice de vacinação no Brasil ainda está longe do ideal. Em 2020, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), apenas 40% das meninas e 30% dos meninos dentro da faixa etária estipulada completaram o esquema vacinal [6]. Sabendo da proteção oferecida pela vacina, porque não levar nossas crianças para se imunizar, podendo prevenir doenças como o câncer de colo do útero? Seu filho não tem útero, mas pode contaminar a namorada ou ser infectado e desenvolver câncer na região genital. Sua filha jamais estaria fazendo sexo nessa idade? Pode ser, mas beijos e toques também podem transmitir o vírus. Vale o risco? Compartilhe essa informação, e ajude a salvar vidas!

Fontes: 

Para saber mais sobre o HPV e as vacinas:

[1] adesão à vacina hpv entre os adolescentes: revisão integrativa

[2] Câncer do colo do útero — Português (Brasil) 

[3] HPV — Português (Brasil)

[4] A SEGURANÇA DA VACINA DO HPV – Drauzio 

[5] Vacina HPV quadrivalente é ampliada para homens de até 45 anos com imunossupressão

[6] HPV: por que vacina que ajuda a prevenir diferentes tipos de câncer tem pouca adesão no Brasil? 

Compartilhe:

Responder

Seu endereço de e-mail não será publicado.Campos obrigatórios estão marcados *