(V.6, N.4, P.2, 2023)

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#acessibilidade: A imagem mostra na parte central uma representação da célula de Chlamydomonas reinhardtii. É uma imagem de estrutura ovalada com coloração em tons de verde e azul. Na extremidade superior estão dois flagelos, filamentos de forma ondulada na cor preta. Internamente à estrutura ovalada estão representadas as organelas, compartimentos dentro da célula importante para sua sobrevivência, chamando atenção para a grande estrutura de cor verde escuro em formato de “U” que é o cloroplasto.

Autoras: Mariana Oliveira Ribeiro e Livia Seno Ferreira-Camargo

 

Chlamy … o quê? O título pode ter gerado alguma dificuldade de leitura e pronúncia. De fato há algumas maneiras de se pronunciar ao redor do mundo, e aqui no Brasil é muito comum Cla-mi-do-mô-nas rei-nhar-di-ti. Do grego chlamys significa um “manto” e monas refere-se à “solitário”.

Lembram-se da postagem anterior que falávamos das microalgas para decoração? Chlamydomonas reinhardtii é o nome científico dessa espécie de microalga que foi descoberta em amostras de solo de plantação de batata da região de Massachusetts nos Estados Unidos. No solo, são responsáveis pela estabilização de superfícies secas e contribuição com a produção primária na cadeia alimentar. A partir desta microalga isolada em 1945, muitas outras foram isoladas ao redor do mundo nos mais diferentes tipos de ambientes: em ambientes marinhos, gelo antártico, minas, neve e até no ar, a 1100 metros acima do solo.

Em laboratório, ela pode ser cultivada facilmente em recipientes contendo água com sais, e duplica-se aproximadamente a cada 8 horas. A Chlamydomonas reinhardtii se reproduz de forma assexuada ou sexuada, ou seja, sem ou com a fusão de gametas para geração de novos indivíduos.

Na figura ilustrativa acima é possível observar um pouco da forma ovalada desta microalga quando observada no microscópio, pois não conseguimos visualizá-la a olho nu. A Chlamydomonas reinhardtii é unicelular, ou seja, apresenta-se na forma de células individualizadas, sendo cada célula um organismo diferente. Elas apresentam em uma das extremidades, dois flagelos que são estruturas alongadas responsáveis pela locomoção. Ainda sobre a estrutura da Chlamydomonas reinhardtii é curiosa a presença de um cloroplasto único na forma de “U” que pode ocupar até 70% da célula. É ali onde está localizada a clorofila que dá cor verde a este microrganismo, e onde ocorrem as reações da fotossíntese, responsável por produzir a energia necessária para a sobrevivência da microalga através da luz. Além de crescer na luz, esta espécie também pode crescer no escuro, em um meio de cultivo contendo um composto químico derivado do vinagre, denominado de acetato, que é usado como nutriente pela célula.

Das microalgas existentes, o que essa tem em destaque? A Chlamydomonas reinhardtii é conhecida entre as microalgas como modelo para estudos. Para a compreensão de processos celulares fundamentais, como a fotossíntese, percepção de luz, estrutura e função de flagelos. Além disso, por ter tido seu genoma, conjunto de todos os genes, completamente sequenciado, a Chlamydomonas reinhardtii é modelo para muitos grupos de pesquisa que hoje a modificam geneticamente e estudam a possibilidade de utilizá-la como biofábrica, ou seja, fazer com que as células produzam produtos de interesse para uso humano.

Existe uma empresa nos Estados Unidos que comercializa produtos não geneticamente modificados com o nome hardtii, lhe parece semelhante a algo? Sim, este produto contém muitas células de Chlamydomonas reinhardtii que foram cultivadas em laboratório, recuperadas, secas e trituradas para virarem um pó com alto conteúdo de proteína ou outras moléculas interessantes. Este pó pode ser utilizado como aditivos em alimentos, por exemplo guioza, massa italiana e sucos, com benefícios de promover nutrição e sabor em bebidas e alimentos.

Ao redor do mundo, muitos grupos de pesquisa e empresas têm surgido para a produção de biomassa de diferentes espécies microalgas, e é importante que continuem com o desenvolvimento de tecnologias alternativas, para que somadas às existentes tragam mais benefícios à população.

 

Para saber mais:

HARRIS, E. H. The Chlamydomonas Sourcebook: introduction to Chlamydomonas and its laboratory use, Oxford, Academic Press, 2009.

MERCHANT, Sabeeha S. et al. The Chlamydomonas genome reveals the evolution of key animal and plant functionsScience, v. 318, n. 5848, p. 245-250, 2007.

SASSO, Severin et al. From molecular manipulation of domesticated Chlamydomonas reinhardtii to survival in natureeLife, v. 7, p. e39233, 2018.

PAZOUR, Gregory J. et al. Chlamydomonas IFT 88 and its mouse homologue, polycystic kidney disease gene Tg 737, are required for assembly of cilia and flagella. The Journal of cell biology, v. 151, n. 3, p. 709-718, 2000.

TRITON Algae Innovations

About Chlamydomonas from Chlamydomonas Resource Center

 

Fonte da imagem: Freepik

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