(Português do Brasil) Um Cheetos para o Homem Invisível (V.8, N.2, P.4, 2025)

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Tiempo de leer: 3 minutos

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#acessibilidade: A imagem ilustra um chapéu e um terno sobre um corpo invisível. Um salgadinho parece flutuar no meio da imagem, como se o Homem-Invisível estivesse comendo-o.

Texto escrito pelo colaborador Artur F. Keppler

Nota do autor: Este texto não foi patrocinado pela PepsiCo, fabricante do Cheetos. Também não é um texto que visa apoiar o consumo de salgadinhos e ultraprocessados.

O Homem Invisível, de H. G. Wells, foi publicado originalmente em capítulos, em uma revista de grande circulação. No mesmo ano, 1887, o romance foi publicado no formato de livro. No livro (se ainda não leu, corre para a biblioteca ou compre o seu exemplar!), Griffin é um cientista que inventa uma maneira de se tornar invisível. O pano de fundo da história é como um poder inigualável somado à ambição pode trazer sérias consequências para a sociedade. Trata-se de uma parábola construída sobre um questionamento profundamente filosófico: fazemos o que fazemos, porque nossa ética é inabalável ou porque tem outras pessoas controlando nossas ações e desejos? O que você faria se não tivesse ninguém olhando?

Passados mais de 100 anos, incontáveis personagens dos quadrinhos e da arte cinematográfica usufruíram da capacidade de sumir das vistas. Alguns seguiram o caminho das trevas e outros, usaram a invisibilidade para fazer o bem. Na natureza, podemos dizer que já existem exemplos de seres que desaparecem. O Sr. Dinheiro no início do mês, os políticos logo depois de eleitos e alguns animais que parecem que vieram de outro planeta, como os polvos, os camaleões e alguns tipos de mariposas. Aqueles que vivem em ambientes selvagens, utilizam a camuflagem para sobreviver, um mecanismo extremamente complexo de disfarce. Mas não é qualquer camuflagem, é uma camuflagem em tempo real: suas cores, texturas e comportamento se adaptam ao ambiente, tornando esses animais invisíveis aos olhos dos predadores.

Embora os seres humanos ainda não tenham fabricado nada que chegasse perto desta tecnologia criada pela mamãe Natureza, eis que em 2024, a história do imaginativo escritor britânico ganhou uma continuação, adaptada ao mundo atual e amplificada. A tecnologia invisibilizadora (não fale essa palavra comendo farofa) é barata e pode ser comprada em qualquer mercado. Por mais incrível que possa parecer, o tal elixir mágico foi patenteado e começou a ser produzido em grande escala há mais de um século, em 1885 (na mesma época em que o Homem Invisível foi escrito), mas nunca tinha sido usado para a invisibilidade. Certamente esse elixir já esteve em suas mãos e você nunca soube. Você já comeu Cheetos?

Pera ai! O Cheetos é uma pílula da invisibilidade?

Não caros leitores, não! O segredo não é o salgadinho em si, mas a Tartrazina, corante amarelo e brilhante usado para dar cor ao Cheetos. Aquele mesmo que se agarra oleosamente às digitais e para desespero dos pais, marca para sempre os uniformes escolares. Pesquisadores da Universidade de Stanford usaram a Tartrazina pura, em pó, na pele de camundongos. Ao depilar e massagear a barriga das pequenas cobaias com o corante, o tecido tornou-se imediatamente transparente e, através dessa “janela”, pôde-se observar, a olho nu, o coração do animal batendo e seu sistema gastrointestinal movimentando o alimento pelo intestino. Incrível né!?

Então, em 2024, foi dado um pequeno passo na direção da transparência tecidual. Claro que ainda estamos muito longe de ficarmos invisíveis, para nosso bem, talvez. Olhando pelo prisma dos avanços que isso pode trazer para uma medicina menos invasiva, por exemplo, temos um belo exemplo de como a simplicidade pode resolver problemas complexos.

Vou desaparecer por hora e volto em outro texto coloridamente divertido. Valeu!

Fontes:

1.Achieving optical transparency in live animals with absorbing molecules, Zihao Ou e colaboradores, Science , 2024, Vol 385, Issue 6713. [DOI: 10.1126/science.adm6869]

Outros divulgadores:

https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2024/11/01/capa-da-invisibilidade-pesquisadores-conseguem-ver-atraves-da-pele-de-camundongo-usando-corante-de-salgadinho-veja.ghtml

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