(Português do Brasil) Nobel de Medicina e Fisiologia de 2019 (V.2, N.10, P.2, 2019)

Facebook Twitter Instagram YouTube Spotify

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese and European Spanish. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in this site default language. You may click one of the links to switch the site language to another available language.

Reading time: 3 minutes

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

#acessibilidade Ilustrações feitas por Niklas Elmehed dos vencedores do Nobel. Da esquerda para a direita aparecem William G. Kaelin Jr., Sir Peter J. Ratcliffe e Gregg L. Semenza sobrepostos e vestindo ternos brancos com gravatas brancas com detalhes marrons. Os nomes dos três aparecem abaixo das respectivas ilustrações. Acima há a frase “THE NOBEL PRIZE IN PHYSIOLOGY OR MEDICINE 2019” e abaixo, entre aspas, “for their discoveries of how cells sense and adapt to oxygen availability”, em tradução livre: “O prêmio Nobel em fisiologia ou medicina 2019 por suas descobertas sobre como células sentem e se adaptam à disponibilidade de oxigênio”.

Texto escrito em colaboração com Cleiton Maciel

Quem já tentou ficar embaixo da água sem respirar sabe como o oxigênio é importante. Todos os organismos realizam a respiração para manter-se vivos, que pode ser aeróbica (que depende de oxigênio) ou anaeróbica (que não depende de oxigênio e é conhecida como fermentação). A respiração aeróbica ocorre em todos os animais vivos, incluindo nós, humanos. Assim, o oxigênio é essencial para a nossa existência. No nosso organismo ele é transportado pelas hemácias (popularmente chamadas de glóbulos vermelhos) até a mitocôndria e é um dos responsáveis pela produção da energia utilizada em todas as nossas atividades, físicas e mentais.

Em altitudes mais elevadas, como na Bolívia, a pressão atmosférica se reduz e como consequência nosso corpo sente a redução de oxigênio disponível para o nosso organismo (você provavelmente já assistiu a jogos de futebol onde jogadores brasileiros apresentavam dificuldades para respirar devido às elevadas altitudes). No entanto, decorrido algum tempo, o corpo se adapta e é possível respirar melhor. O mecanismo molecular envolvido na regulação e na percepção de oxigênio pelas nossas células tem sido explorado há alguns anos. Os avanços significativos dessa compreensão deram o Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2019 a William G. Kaelin, Gregg L. Semenza e Peter J. Ratcliffe.

Uma das estruturas que ajuda nessa percepção é o corpo carotídeo, que fica próximo a grandes vasos sanguíneos nos dois lados do pescoço. Essa descoberta foi tema do Nobel de medicina, concedido a Corneille Heymans em 1938. Posteriormente, descobriu-se que o hormônio eritropoietina (EPO) também participa da regulação, levando ao aumento das hemácias quando em situação de hipóxia (diminuição das taxas de oxigênio no ar) para facilitar o transporte de oxigênio pelo corpo.

Os laureados deste ano descobriram que este hormônio está presente em diferentes tipos de células, em todos os tecidos do corpo e é regulado por um complexo proteico – chamado de fator induzido por hipóxia (HIF) – que se liga ao DNA dependendo da concentração de oxigênio na célula. Esse fator aumenta em baixos níveis de oxigênio sinalizando a necessidade de produção do hormônio EPO, que por sua vez aumenta o número de hemácias. Um outro controlador, o gene VHL, também participa dessa regulação, desligando a sinalização do fator HIF quando os níveis de oxigênio estão normais.

Além de descrever como funciona a regulação dos níveis de oxigênio que atua em todas as etapas da nossa vida, desde o desenvolvimento fetal e o crescimento até a nossa morte, essa descoberta é um grande passo na direção de novas evidências científicas sobre o tema. Diversas doenças são influenciadas pelo nível de oxigênio no organismo, como por exemplo alguns tipos de tumores, além das doenças respiratórias. Assim o potencial dessa descoberta é enorme, tanto para expandir a compreensão humana sobre o universo em que vivemos quanto para melhorar as condições da vida humana nesse universo.

Fontes:

Fonte da imagem destacada: Divulgação | Nobel Prize

https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2019/summary/

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2019/10/nobel-de-medicina-de-2019-vai-para-pesquisa-sobre-como-celulas-percebem-oxigenio.shtml

https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/10/07/nobel-de-medicina-vai-para-william-kalein-peter-ratcliffe-gregg-semenza.ghtml

Para saber mais:

Vídeo do anúncio do prêmio no canal do prêmio Nobel no Youtube

Compartilhe:

Responder

Seu endereço de e-mail não será publicado.Campos obrigatórios estão marcados *