#acessibilidade: Na imagem é possível ver 8 (oito) sabões em formatos e cores diferentes empilhados, na esquerda o sabão do topo é menor e apresenta cor verde musgo com formato quadrado, abaixo dele o sabão é de mesmo tamanho e formato com coloração bege, abaixo desse um sabão de maior de espessura e tamanho em retângulos de cor caqui e o último de mesmo tamanho e coloração acinzentada. Do lado direito apresenta um sabão quadrado pequeno de cor verde musgo, abaixo um sabão de em formato de retângulo maior em espessura e tamanho de cor bege e abaixo um sabão mais fino de cor caqui em tamanho retangular. Entre esses dois blocos de sabões está um sabão de formato circular onde apresenta pintas de diversas cores de coloração verde escura, verde claro e branco.
Texto escrito por Camilo A. Angelucci, Janaina de Souza-Garcia e Paula Homem-de-Mello
Sabe aquela sensação estranha nas mãos após usar “sabão de pedra”, como se elas estivessem mais “finas”? E, em muitos casos, ressecadas? E em outros, ainda mais extremos, criando fissuras na pele?
Então, a culpada de tudo isso é a soda cáustica, quimicamente conhecida como hidróxido de sódio (NaOH). Você sabia que o sabão é feito com soda cáustica? Vamos contar aqui justamente como é feito o sabão e como o excesso de soda cáustica na sua formulação traz esses efeitos indesejados…
O sabão é feito há séculos e é largamente produzido de maneira caseira ainda nos dias de hoje. Inclusive, é uma forma de renda bastante popular que é super importante para diminuir o descarte de óleo de fritura. As primeiras formas de se fazer sabão empregavam gorduras animais e cinzas. Basta aquecer a mistura que se obtém sabão. As cinzas são ricas em hidróxido de potássio, que reage com as gorduras para formar o sabão. Atualmente, se usa soda cáustica no lugar das cinzas como um dos reagentes no processo de formação de sabão que, juntamente com óleos ou gorduras, principalmente de origem vegetal, formam o sabão. Chamamos essa reação de reação de saponificação. A reação consiste na transformação das moléculas que compõem os óleos e gorduras em moléculas menores, os sabões, e também glicerina.
É justamente na receita da produção do sabão que está a origem da sensação que comentamos no começo do texto. Em química, usamos reagentes em proporções exatas para que o produto que queremos seja produzido. Essas proporções, ou estequiometria da reação como chamamos, devem ser seguidas pois, caso contrário, ao final do processo, podemos ter sobra de um dos reagentes, uma vez que não colocamos a quantidade certa para reagir entre si.
No caso da produção do sabão, queremos ter um aproveitamento máximo dos reagentes, ou seja, não queremos que sobre ao final do processo óleos e gorduras que não reagiram por falta de soda cáustica. Qual a solução para garantir isso quando não sabemos da composição exata dos óleos e gorduras? A resposta é simples: adicionamos excesso de soda cáustica.
O problema é que esse excesso de soda cáustica se incorpora no sabão produzido.. E é aí que vem o problema! Essa mesma soda cáustica, quando em contato com sua pele, irá reagir com a fina camada de gordura que naturalmente produzimos. Ou seja, ocorre a mesma reação de saponificação, só que na sua pele!! Então, o sabão não terá apenas a função de limpar (lembra como funciona o processo? Já falamos sobre detergentes e sabões aqui), mas poderá causar dano à sua pele se tiver excesso de soda cáustica! Ninguém quer que sua própria mão seja um dos reagentes para fazer mais sabão, certo?
Com o uso constante desses sabões, a gordura da pele é pouco a pouco consumida, em muitos casos não dando tempo para a reconstituição natural da pele trazendo assim aquela sensação que inicialmente comentamos. Isso pode levar a rachaduras na pele e outros danos à saúde. Por isso, mesmo com controle cuidadoso da quantidade de soda cáustica durante a produção do sabão, esse sabão caseiro não é recomendado para uso na higiene pessoal, apenas para limpeza e, de preferência, com luvas. Ah, e lembre-se de ter cuidado na mistura de produtos de limpeza, como já mencionamos anteriormente.
Saiba mais:
- A história do sabão. DAEQI/UFS. Disponível em: https://youtu.be/QFv-uJYOzXY?feature=shared.
- Meio Ambiente por Inteiro – Reciclagem do Óleo de Cozinha. Rádio e TV Justiça. Disponível em: https://youtu.be/lIpirOW3DVQ?feature=shared.
- Reciclando o Óleo de Cozinha! 52 Animation Studio. Disponível em: https://youtu.be/qT3wp1mKN-s?feature=shared.magem destacada:
Fontes:
Fonte da imagem destacada. Aprenda como fazer sabão de coco usando óleo de cozinha. Disponível em: https://www.consul.com.br/facilita-consul/geral/blog-faca-sabao-de-coco-com-oleo-de-cozinha/. Acesso em 04 de janeiro de 2024.