(Português do Brasil) Como ajudar a ciência? (V.1, N.4, P.4, 2018)

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Fonte da imagem destacada: Internet.

#acessibilidade Foot Cup Meme, meme com uma pessoa desenhada segurando uma xícara de café com os dedos de um pé com uma expressão pensativa no rosto parecida com o emoji “thinking face”.

Se você chegou até aqui a chance de que você tenha interesse por ciência é bem grande. Ainda assim, nem todos conseguimos produzir ciência (academicamente falando), talvez porque decisões em nossas vidas nos levem para caminhos diferentes ou por qualquer outro motivo.

Então, como você poderia ajudar a ciência? Bom, talvez tenhamos algumas sugestões:

  • Divulgue!

Divulgação científica tem ficado cada vez mais popular nos últimos anos, cientistas de todas as áreas e entusiastas têm utilizado várias mídias para divulgar ciência.

O YouTube é uma plataforma muito popular no Brasil e está repleto de vídeos sobre ciência, além de pessoas que dizem falar de ciência, mas só espalham desinformação e pseudociência. Por isso é importante ser criterioso. Iniciativas como o Science Vlogs Brasil prometem reunir canais de credibilidade que façam divulgação científica no país, além de ter dado vida a um canal colaborativo chamado BláBláLogia, com uma frequência de vídeos maior do que uma pessoa sozinha conseguiria manter, aumentando assim a visibilidade na plataforma.

Podcast é outra mídia que tem se tornado cada vez mais popular. Você pode saber mais sobre eles aqui.

Blogs como o do Carlos Orsi e sites como o Universo Racionalista, tirinhas, perfis em redes sociais como o do Roberto Takata e o World and Science, além de páginas como a Nunca vi um cientista e uma nova (porém muito promissora) chamada Guia dos Entusiastas da Ciência, toda forma de divulgação é válida.

Iniciativas como o Pint of Science propõem levar palestras com temas científicos para bares, onde as pessoas costumam se sentir mais à vontade do que em eventos formais em auditórios.

Você se interessa e consome muito conteúdo sobre ciência? Então divulgue! A maior parte desses projetos tem pouco ou nenhum apoio de universidades ou institutos de pesquisa, então divulgar o trabalho deles é uma ótima forma de ajudar.

  • Seja uma cobaia!

Calma, não é o que você está pensando! Normalmente associamos o termo cobaia a algo ruim, mas não precisa ser. Ser uma cobaia as vezes quer dizer apenas ser voluntária ou voluntário para responder algumas perguntas enquanto usa eletrodos na cabeça ou usar maquiagem para uma sessão de fotos que serão usadas para um estudo sobre o quanto ela afeta na percepção de atratividade ou meditar 30 minutos por dia para testar o efeito da meditação no sistema imunológico.

Em alguns casos tudo que o pesquisador precisa é que algumas pessoas respondam um formulário online, o que facilita um pouco, mas não é nada fácil encontrar voluntários para participarem de pesquisas presenciais, geralmente são amigos e conhecidos que acabam tendo que ajudar.

A plataforma BeCobaia auxilia pesquisadoras e pesquisadores a divulgarem suas pesquisas e encontrarem voluntárias e voluntários. Veja se alguma é do seu interesse ou procure projetos nos lugares em que você ou seus familiares estudam e se voluntarie, esta é uma ótima forma de ajudar a ciência.

  • Ajude financeiramente!

Pela falta de apoio anteriormente citada, plataformas de financiamento coletivo (crowdfunding) ou de patronato têm se tornado uma opção cada vez mais usada, Vakinha ou Catarse, Patreon ou Padrim.

Em plataformas de financiamento coletivo usuários conseguem ajudar financeiramente projetos em que tenham interesse com valores pré-estabelecidos, em alguns casos recebendo recompensas dependendo do valor.

O financiamento coletivo possibilitou ao Project EMA (Projeto da UnB voltado à melhora da mobilidade e autonomia das pessoas com dificuldades motoras) recursos para que pudessem participar das Olimpíadas Biônicas na Suíça.

Também foi o meio encontrado pela equipe IPT Brasil da UFABC para participar de competições da área da física como o International Physicists’ Tournament (IPT) (a “Copa do Mundo da física) em 2017 na Suécia ficando em décimo primeiro lugar e em 2018 na Rússia, conseguindo o terceiro lugar. Com lugar garantido na edição de 2019 na Suíça, uma Vakinha já foi aberta para começar a arrecadar o dinheiro da viagem.

Criadores de conteúdo como o Estevão Slow do Canal do Slow e o Davi Simões do Primata Falante utilizaram financiamento coletivo para que pudessem fazer séries de vídeos sobre Alexandre o Grande e sobre Física Quântica, respectivamente. Isso garante que eles possam dedicar o tempo necessário para entregar conteúdo de excelente qualidade e de forma gratuita (os apoiadores recebem acesso antecipado, além de outras recompensas, mas os vídeos ficam disponíveis no YouTube para qualquer um assistir).

Ainda há a possibilidade de apoiar seu criador de conteúdo preferido de forma contínua por meio de patronato. Com apoios mensais a partir de 1 real os podcasts Scicast, sobre ciência, e Xadrez Verbal, sobre história e política internacional, conseguem ter um valor mensal garantido, quase como uma profissionalização da criação de conteúdo.

Geralmente divulgadores científicos começam a divulgar ciência em seu tempo livre e pode ser difícil conciliar com trabalho e estudos, por isso se você gosta do que algum divulgador faz, considere ajudá-lo financeiramente.

Pequenas doações e campanhas já ajudaram pesquisadores a fazerem importantes descobertas. Quer ajudar, mas não sabe quem? O site Crowd Science arrecada dinheiro para pesquisas do mundo todo, veja se alguma te interessa.

  • Torne-a acessível!

No YouTube há diversos canais de divulgação científica em português, mas existem ainda mais canais em inglês. Pessoas que não entendem inglês serão privadas deste conteúdo, a não ser que alguém as ajude. A plataforma fornece uma ferramenta para que donos de canais permitam que os próprios usuários legendem os vídeos.

Kurzgesagt – In a Nutshell é um canal de divulgação científica com quase 7 milhões de inscritos, além de ser meu preferido. Seus vídeos são em inglês, mas seu publico é de vários países. Como isso é possível? Os vídeos do canal costumam ter legendas em mais de 20 idiomas, todas elas feitas pelos próprios usuários. Isso possibilita que mesmo quem não entende inglês consiga ver e entender os vídeos.

Ainda há outros como o Minuto da Física, Minuto da Terra e Minuto da Matemática que são canais brasileiros que utilizam os vídeos dos canais originais só que traduzidos e com locução em português.

Sabe falar inglês e conhece algum canal estrangeiro que alcançaria mais gente se tivesse legendas em português? Considere adicionar legendas você mesmo.

  • Wikipedia!

Outra forma de tornar o conhecimento acessível é editando a Wikipedia. Essa enciclopédia on-line tem se mostrado uma maneira de difundir conteúdos científicos para um público diverso, além de servir como agregador de referências. Existem grupos como o NeuroMat da USP especializados em produzir e corrigir verbetes sobre matemática, sendo a maior instituição do mundo na geração deste tipo de conteúdo.

Faz pesquisa? Que tal criar ou editar o verbete sobre o seu tema de pesquisa? Entende muito de um assunto? Por que não compartilhar seu conhecimento? Só não esqueça de adicionar referências, como manda o tutorial. A Wikipedia é usada mundialmente, tem milhões de verbetes diferentes e está disponível em maior ou menor escala em centenas de línguas diferentes, não há como negar seu papel na difusão de conhecimento.

  • Colabore!

Ajude redes neurais a reconhecerem desenhos no site Quick Draw. Seus desenhos são adicionados a um banco de dados público que pode ajudar pesquisas em aprendizado de máquina no mundo todo.

No jogo Fold It você pode dobrar proteínas, competindo ou colaborando com outros jogadores. Jogadores conseguiram criar um modelo preciso de uma enzima de um vírus similar ao HIV, tudo por meio deste joguinho.

Pelo SETI – Search for Extraterrestrial Intelligence é possível disponibilizar recursos computacionais que você não estiver utilizando para baixar e analisar dados de telescópios, ajudando assim na busca por vida extraterrestre.

Existe ainda o Folding, outro meio de ajudar pesquisas sobre dobras de proteína que também usa computação distribuída.

Gosta de observar pássaros? Compartilhe fotos de pássaros e ajude a fornecer dados a cientistas do mundo todo para pesquisas sobre distribuição e abundância de aves com o eBird.

Ajude a fazer tarefas que computadores não conseguem fazer no MTurk – Amazon Mechanical Turk. São tarefas como identificar objetos em imagens, artistas em músicas, escolher as melhores fotos de produtos e escrever descrições para eles. Você pode até ser recompensado por isso!

Outros projetos podem ser encontrados em sites como o Zooniverse, não deixe de conferir.

  • Outras formas

Este é aquele parágrafo chato em que falamos de política. Pode pular ele se quiser, mas recomendo que não faça isso. Nos últimos anos o orçamento para ciência e tecnologia no Brasil tem sofrido sucessivos cortes a ponto de a CAPES e o CNPq terem lançado recentemente notas alertando que se os cortes continuarem a ciência brasileira estará em sério risco. Ainda que os cortes não se concretizem, a mera possibilidade de isso acontecer já é preocupante. Para um entusiasta, ver a ciência ser tratada desse jeito é mais triste do que lembrar da morte da cachorrinha Baleia, que hoje está feliz, num mundo cheio de preás. Você pode abominar política, mas essas decisões são tomadas por políticos e se você não se posicionar, eles farão o que quiserem independente da sua opinião. Defenda a ciência da forma que puder: assine petições, vote em candidatos que se mostrem comprometidos com o tema, pressione políticos pelo Twitter e Facebook se for necessário, faça-os tomarem decisões baseadas em evidências, não por conveniência. Uma única pessoa pode até não fazer diferença, mas se juntarmos gente o suficiente podemos mudar alguma coisa. Inocência? Talvez, mas é melhor isso do que nada.

Pare de acreditar e compartilhar pseudociência. Nem sempre é fácil identificá-las, mas seja cético e busque evidências.

Fale sobre ciência no seu dia a dia! Conte aos seus pais o motivo do céu ser azul, fale aos seus companheiros de trabalho o que dá cores aos fogos de artifício, tente mostrar às pessoas a importância da ciência! Talvez você esteja voltando para casa em um transporte público e comece a explicar para sua amiga como funciona um eclipse, então os outros passageiros também vão escutar e de repente todo mundo está prestando atenção e aprendendo juntos, ISSO é divulgação científica! Trazer a ciência para o dia a dia! Imagine quantas pessoas começaram a se interessar por ciência ao assistirem Mundo de Beakman quando eram criança? Ou Tíbio e Perônio? Ou assistindo Cosmos? Mostre a alguém como a ciência pode ser fascinante! O Dragonite ficará orgulhoso de você.

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Fonte: Internet.
#acessibilidade Pokémon Dragonite sorrindo e com lágrimas nos olhos orgulhoso de seu treinador em uma cena do animê, mas gosto de pensar que na verdade ele está orgulhoso por você ler e compartilhar este texto.

Fontes:

https://jornal.usp.br/universidade/centro-na-usp-e-campeao-em-conteudo-de-matematica-na-wikipedia/

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=jogo-online-resolve-problema-cientifico/

https://super.abril.com.br/ciencia/desafio-do-balde-de-gelo-financiou-descoberta-ligada-a-doenca-de-stephen-hawking/

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL783981-6174,00-SAIBA+COMO+EMPRESTAR+SEU+COMPUTADOR+PARA+PROJETOS+CIENTIFICOS.html

Para saber mais:

População auxiliando pesquisadores em uma importante descoberta

Neil deGrasse Tyson falando sobre o dia que passou com Carl Sagan

Encontro de divulgadores científicos em SP

Evento Conhecer Eleições 2018 onde candidatos a presidência foram sabatinados a respeito de suas propostas para a ciência.

Cortes colocando em risco a participação do Brasil em observatórios astronômicos

Outros divulgadores:

Vídeo da Camila do canal Peixe Babel no YouTube sobre o tema (que me inspirou a escrever este post)

Vídeo do canal Cadê a Chave? no YouTube sobre os cortes na verba para ciência e educação

Vídeo da Camila do canal Peixe Babel no YouTube sobre os cortes na verba da ciência e a vida de pesquisadora

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