(Português do Brasil) Três anos atrás, essa imagem entrava para a história da astronomia (V.5, N.4, P.2, 2022)

Facebook Instagram YouTube Spotify

Sorry, this entry is only available in Português do Brasil. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

Reading time: 4 minutes

Sorry, this entry is only available in Português do Brasil. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

#acessibilidade: na foto da esquerda, Katie Bouman, professora da Caltech com a foto do buraco negro (a mesma da foto da direita) em seu laptop.

Você se lembra desta pesquisadora? E da imagem na tela do notebook?

Essa na primeira foto é Katie Bouman, professora de ciência da computação no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ela pesquisa métodos computacionais para geração de imagens e foi uma das pesquisadoras responsáveis pela reprodução da primeira imagem de um buraco negro. (link Wikipédia)

A tão citada primeira imagem de um buraco negro foi divulgada há três anos atrás, mais precisamente no dia 10/04/2019, em um evento organizado pelo projeto EHT (do inglês Event Horizon Telescope), pela Fundação Nacional de Ciências (NSF, de National Science Foundation) e pelo ESO (do inglês European Southern Observatory).

Mas vamos por partes: primeiro, o que são buracos negros? São objetos cósmicos extremamente massivos, e possuem sua massa concentrada num espaço muito pequeno. Por serem extremamente massivos, sua atração gravitacional é tão grande que nem mesmo a luz, com sua velocidade de 300.000 km/s, consegue escapar deles. Por isso, não podemos ver o buraco negro da mesma forma que vemos o sol, a lua, ou outro objeto qualquer.

O que vemos na famosa imagem é o disco de acreção, um disco de poeira e gás superaquecidos que giram ao redor do buraco negro em altíssima velocidade, emitindo radiação eletromagnética (raios-X, raios gama, luz visível, ondas de rádio). O buraco negro mesmo é aquela partezinha mais escura no centro da imagem.

Aí você pensa “nossa, que pequenininho!!!”

Na verdade não… Esse é o buraco negro que fica no centro da galáxia Messier 87 (também conhecida com M87), que fica a 5 milhões de anos-luz da Terra, e é 6,5 bilhões de vezes mais massivo que o Sol. Só para ter uma ideia de seu tamanho, caberiam quase 300 mil “Terras” enfileiradas em seu comprimento!

A imagem foi obtida a partir de dados do projeto Telescópio Horizonte de Eventos (Event Horizon Telescope), formado por um conjunto de oito radiotelescópios espalhados pelo mundo, sincronizados por meio de relógios atômicos para realizarem as observações ao mesmo tempo. É como se eles formassem um telescópio virtual gigantesco, do tamanho da Terra, e a equipe envolvida nesse projeto é de 200 pessoas.

Um radiotelescópio é um dispositivo que, ao invés de enxergar o universo utilizando o espectro visível da luz (que é uma faixa muito pequena do espectro eletromagnético), “enxerga” as ondas de rádio, que tem um comprimento de onda maior e corresponde a uma faixa mais ampla do espectro.
As informações coletadas pelo telescópio virtual do EHT foram somadas em 8 petabytes (um petabyte é 1.000.000 de gigabytes, e um pendrive com mais espaço disponível hoje tem 126 gigabytes) de dados em dois anos de trabalho. E como processar tudo isso?
Kate Bouman coordenou uma equipe de pesquisadores que desenvolveu um algoritmo, que transformou essa infinidade de dados na tão esperada primeira imagem de um buraco negro.

E porque a imagem parece “borrada”? Embora o M87 seja muito grande, a distância dele à Terra também é muito grande. Seria como tentar, a partir da Terra, fotografar uma laranja na superfície da Lua. Em outras palavras, esse é melhor que foi conseguido até hoje, lembrando que foi preciso criar “um radiotelescópio do tamanho da Terra”.
Há um ano atrás, foi divulgada uma nova imagem do M87, com uma resolução melhor. Essa imagem foi obtida com a sobreposição da primeira imagem com a utilização de uma técnica chamada polarimetria, que mapeou o campo magnético ao redor do buraco e identificou os jatos de luz.

* Você pode saber mais detalhes sobre essa nova imagem no primeiro link do “Para saber mais”.

O próximo passo é “fotografar” o Sagittarius A* (sim, o asterisco faz parte do nome dele), o buraco negro supermassivo que fica no interior da Via Láctea. Aguardamos cenas dos próximos capítulos…

Fontes:

Imagens destacadas: Facebook e Event Horizon ‘Scope / Twitter

Para saber mais:

*Explicação retirada de: Nova imagem confirma estudos sobre o primeiro buraco negro já fotografado (texto)

Para fotografar o buraco negro em HD, precisamos de um telescópio na Lua | Super (texto)

Primeira Imagem do Buraco Negro (texto)

Entenda por que a imagem real do buraco negro é tão importante, mesmo “borrada” – Canaltech (texto)

Assim se ‘fotografa’ um buraco negro | Ciência | EL PAÍS Brasil (texto)

Revelada a primeira foto real de um buraco negro — e ela é incrível – Canaltech (texto)

Foto de um buraco negro é revelada pela primeira vez na história – Revista Galileu | Espaço (texto)

Essa é a Primeira Foto de um Buraco Negro (vídeo)

Como ver um Buraco Negro que não pode ser visto | Nerdologia Tech (vídeo)

A FOTO DO BURACO NEGRO É SÓ O COMEÇO!!! | SPACE TODAY TV EP.1780 (vídeo)

 

Compartilhe:

Leave a Reply

Your email address will not be published.Required fields are marked *