(Português do Brasil) Harry Potter e o guelricho não tão sensacional (V.5, N.4, P.1, 2022)

Facebook Twitter Instagram YouTube Spotify

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese and European Spanish. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in this site default language. You may click one of the links to switch the site language to another available language.

Reading time: 3 minutes

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

#acessibilidade: Harry Potter observando mãos alteradas pelo guelricho

Autora: Mariana Mota

A saga Harry Potter, criada pela escritora inglesa J. K. Rowling, comemora 20 anos da estreia de seu primeiro filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, em 2022. Mesmo após duas décadas, os filmes e os livros ainda são uma das maiores franquias de cultura pop. E se você, caro leitor, cresceu com as histórias do mundo bruxo mesmo sendo “trouxa” (forma carinhosa com que os bruxos chamam aqueles que não podem fazer magia) pode-se perguntar se algum dos feitiços ou poções poderia funcionar em nosso mundo.

Seria ótimo utilizar o feitiço “Accio” para poder encontrar uma chave perdida, ou ter vassouras voadoras como transporte, ou até respirar embaixo d’água. Em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, o quarto filme da série, Harry come uma planta mágica chamada guelricho antes de participar da segunda prova do torneio Tribruxo que o faz respirar e nadar melhor embaixo d’água, como um peixe. Mas será que se existisse alguma planta capaz de fornecer essas habilidades ela seria realmente viável? E foi essa pergunta que os alunos da Universidade de Leicester, na Inglaterra, tentaram responder, unindo magia e ciência.

A segunda tarefa do Torneio aconteceu em fevereiro no lago da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Considerando uma temperatura de 10°C, o conteúdo de oxigênio do lago seria de aproximadamente 0,00790 litros de oxigênio por litro de água. Ao nadar, o uso máximo de oxigênio por um ser humano é em torno de 60,3 mL kg-1 min-1. Assumindo que Harry tinha uma altura média para um menino de 14 anos, ele pesaria cerca de 58 kg, considerando um IMC normal. Se realizarmos as contas, ele usaria cerca de 3,50 litros de oxigênio a cada minuto de natação, isso significa que se as guelras de Harry tivessem uma eficiência de 100% ele precisaria processar 443 litros de água por minuto para sobreviver.

harrypotterdebaixodagua2 300x168 - (Português do Brasil) Harry Potter e o guelricho não tão sensacional (V.5, N.4, P.1, 2022)

rosto de Harry em baixo da água, evidenciando as brânquias provenientes do guelricho

No filme, o guelricho dá a Harry brânquias para respirar debaixo d’água, como as dos peixes e mãos e pés de pato. Três fendas branquiais, de aproximadamente 10 cm de comprimento e 1 cm de largura, se formaram em ambos os lados de seu pescoço. São pelas brânquias que a água passa, e se for considerada uma área total de 60 cm2, das seis fendas, 443 litros de água devem passar por elas a todo minuto a uma velocidade de 1,23 m.s-1. No entanto, a água deve entrar e sair nesse tempo, o que dobra essa velocidade. Contudo, a média de velocidade de respiração normal é de 1,30 m.s-1, assim 2,46 m.s-1 é quase o dobro da velocidade normal. Dessa forma, Harry não conseguiria respirar embaixo d’água.

Outra observação interessante é que Harry, na maioria das vezes, é visto nadando com sua boca fechada, que não é como os peixes usam suas brânquias. Se ele abrisse a boca para permitir que a água entrasse e saísse pelas brânquias, poderia ser plausível que ele pudesse respirar debaixo d’água.

Claro que é tudo uma suposição, mas viu como a ciência pode ser divertida e intrigante? Ser uma pessoa curiosa e entusiasta pode te levar a fazer perguntas como essa e desvendar mistérios, criar teorias e observar com mais atenção os detalhes.

Qual outro feitiço ou poção você acredita que não seja viável em nosso mundo? Conta para a gente nos comentários!

Fonte:

REYNOLDS, Rowan; RINGROSE, Chris. Gillyweed–Drowning with Gills?. Journal of Interdisciplinary Science Topics, Volume 5, p. 52, 2016.

Compartilhe:

Responder

Seu endereço de e-mail não será publicado.Campos obrigatórios estão marcados *