#acessibilidade Imagem feita por microscopia de varredura de um tardígrado.
Bem, antes de tudo, precisamos conhecer esses heróis!
Tardigrada é um filo de animais microscópicos que possuem corpos segmentados. São conhecidos como “ursos d’água” e “leitões do musgo”, apelidos adoráveis referentes ao seu formato rechonchudo e a onde vivem! Eles são extremamente pequeninos, medindo entre 0,3 e 0,5 mm e se parecem com centopeias, possuindo 5 segmentos corporais e 4 pares de patas com garras. Eles podem viver em qualquer lugar desde que seja úmido e normalmente vivem em ambientes aquáticos, mas é provável que existam alguns no seu jardim, habitando o musgo de algum vaso.
Agora, vamos ao primeiro super poder: ultra longevidade.
Em 1948 um zoólogo afirmou ter encontrado em um museu, hibernando num musgo seco, um tardígrado de 120 anos de idade. Já em 2015 cientistas japoneses reviveram uma espécie que estava congelada há mais de 30 anos. A expectativa de vida média dos tardígrados é baixa, mas o grande segredo dessa longevidade está na sua capacidade de entrar em latência!
Segundo: criptobiose.
Os tardígrados são capazes de entrar em um estado de latência chamado criptobiose. Isso acontece quando ele se encontra em um ambiente com baixíssimos níveis de umidade. No estado criptobiótico ele se desidrata e todos os processos metabólicos entram em estado de dormência. Eles se encolhem em formato de bolinha e produzem um revestimento que os protege das condições adversas. É dessa forma, portanto, que os tardígrados conseguem sobreviver a condições ambientais extremas e, quando o ambiente melhora, são capazes de se reidratar e voltar ao metabolismo normal.
Terceiro: resistência.
Além de resistirem a baixíssimos níveis de umidade, os tardígrados são capazes de resistir a condições extremas de temperatura e pressão. Quanto ao calor, podem sobreviver por alguns minutos a temperaturas superiores a 150ºC. Já ao frio, sobrevivem por alguns dias a temperaturas inferiores a -250ºC e alguns minutos em temperaturas inferiores a -270ºC. Nesses casos, a quantidade de água em seus corpinhos vai de 85% a 3%, o que assegura que quando a água congelada expandir não haverá a fragmentação de suas células. Os tardígrados podem resistir ao vácuo e a pressões altíssimas, a cerca de 1200 atmosferas. Algumas espécies podem resistir até a 6000 atmosferas! Combinando a radiação solar e o vácuo do espaço, conseguem sobreviver por pelo menos 10 dias.
E você sabia que até brilhar azul eles conseguem?
Pois bem, recentemente foi descoberto um gênero de tardígrados chamado Paramacrobiotus, que possui uma forma bastante requintada de se proteger da radiação ultravioleta: eles emitem luz azul! De alguma forma, são capazes de absorver a luz UV e a converter em uma luz inofensiva.
#acessibilidade Na imagem à esquerda, intitulada “a”, há um tardígrado expressando uma grande quantidade de pigmento vermelho. Já na imagem maior à direita, intitulada “b”, há um tardígrado da mesma espécie emitindo luz azul durante exposição aos raios UV.
Quais são os tardígrados mais famosos?
Além de aparecerem em muitos documentários que relatam a vida animal, também apareceram em outras produções midiáticas. No filme “Homem-Formiga e a Vespa”, de 2018, quando Hank Pym se encolhe para acessar o mundo quântico, ele entra em contato com nossos galãs tardígrados. Além disso, em um episódio de “Star Trek: Discovery” temos o estrelato de Ripper, o Tardígrado.
Fontes:
Fonte da imagem destacada: STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE PHOTO LIBRARY
Para saber mais:
Emição de luz azul por espécies do gênero Paramacrobiotus: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/11/09/tardigrado-brilha-para-se-proteger-de-radiacao-mortal.htm
Bastidores da cena de “Homem-Formiga e a Vespa” em que aparecem os tardígrados: https://www.youtube.com/watch?v=tUk_KOMt7pk
Cena de “Star Trek: Discovery” em que aparece Ripper, o Tardígrado: https://www.youtube.com/watch?v=zW_72SJke8s
achei muito interessante sobre como ele vive e também sua luz azul