(Português do Brasil) Se existe pilha alcalina, existe pilha ácida também? (V.7, N.6, P.2, 2024)

Facebook Instagram YouTube Spotify

Sorry, this entry is only available in Português do Brasil. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

Reading time: 4 minutes

Sorry, this entry is only available in Português do Brasil. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

#acessibilidade: A imagem acima apresenta uma visão superior de pilhas e baterias de diversas cores e formatos, todas com o polo positivo para cima.

Texto escrito por Janaina Souza-Garcia

Se você busca a resposta curta, sim! Mas essa resposta nos leva a outra pergunta: por que só ouvimos falar de pilha alcalina e não de pilha ácida?

Para responder a essa pergunta, é importante entender o que é como funciona uma pilha. Existem vários tipos de pilhas e já falamos sobre alguns deles no Guia, como pilhas de primeira e segunda geração e pilhas de lítio. Mesmo para tipos diferentes de pilha, o princípio de funcionamento é o mesmo. Mas todos entendem o que é uma pilha? É um dispositivo que fornece energia elétrica sem que os equipamentos precisem estar ligados na tomada, certo? Mas você já se perguntou como a pilha consegue fornecer energia elétrica? Como essa energia é armazenada dentro da pilha?

A primeira pergunta deveria ser “o que é energia elétrica?”, mas não vamos tão longe, pois esse tema é suficiente para outro texto do Guia. Vamos apenas pensar em energia elétrica como um fluxo de elétrons, ou, “corrente elétrica”. Isso significa movimento de elétrons. E sim, é esse movimento de elétrons que faz com que os equipamentos funcionem! Mas o que isso tem a ver com a pilha? Bem, uma pilha é capaz de gerar esse fluxo de elétrons a partir de reações químicas, cujos reagentes estão armazenados dentro da pilha.

Uma reação química envolve a quebra de ligações químicas e formação de novas ligações. Uma ligação química envolve o compartilhamento de elétrons entre espécies e, em algumas reações químicas, algumas espécies acabam ganhando ou perdendo elétrons. Essas reações são chamadas de reações de oxirredução. Já comentamos um pouco sobre elas em outro texto do Guia, mas vale relembrar que, como o próprio nome já diz, em reações de oxirredução, alguma espécie é oxidada, o que significa que ela perde elétrons, enquanto outra é reduzida, ou seja, ganha elétrons. Uma pilha consegue separar em compartimentos diferentes a espécie que sofre oxidação da espécie que sofre redução, de forma que os elétrons precisam viajar de um compartimento ao outro por um circuito externo para que a reação aconteça. Esse fluxo de elétrons indo de um compartimento ao outro é a corrente elétrica gerada pela pilha. Quando os dois compartimentos não estão conectados, nada acontece, mas quando o circuito é fechado, ou seja, quando a pilha é colocada em um equipamento e este é ligado, os elétrons viajam de um compartimento ao outro, gerando corrente elétrica e permitindo que a reação aconteça, com uma espécie sofrendo oxidação (perdendo elétrons) e a outra redução (ganhando elétrons).

A reação química de oxirredução da pilha acontece porque os elétrons tendem a ir para a espécie que sofre redução, o que significa dizer que o sistema fica mais estável, ou com menor energia, quando os elétrons são transferidos para essa espécie. Mas, para isso acontecer, precisa existir uma compensação de cargas na pilha, para que não haja acúmulo de carga negativa em um compartimento e, como consequência, de carga positiva no outro. Essa compensação é feita através de um meio chamado eletrólito. Ele, além de permitir que espécies se locomovam de um compartimento a outro, compensando o deslocamento de carga, algumas vezes também fornece espécies para a reações da pilha. Esse eletrólito é alcalino, no caso da pilha alcalina, e ácido, no caso de pilhas ácidas. 

As pilhas comuns são pilhas ácidas. São mais baratas e menos estáveis que as pilhas alcalinas. As pilhas ácidas algumas vezes têm seu recipiente corroído pelo ácido do eletrólito e acabam vazando. Nada legal, né? Já as pilhas alcalinas são mais estáveis quando não estão sendo utilizadas, o que minimiza o risco de vazamento. A diferença de potencial (d.d.p.), ou voltagem, gerada pelas pilhas alcalinas (e, como consequência a corrente) é mais estável também, além de elas durarem mais, o que justifica serem mais caras.

Outro exemplo de pilha ácida é a bateria do carro. Mas bateria é pilha? Sim!! Uma bateria é composta por uma série de pilhas, de forma a gerar uma d.d.p. maior. Enquanto a d.d.p. de uma pilha comum, ou alcalina, é de 1,5 V, a d.d.p. de uma bateria de carro é de 12 V.

É difícil dizer se existe um motivo específico para ouvimos falar de pilhas alcalinas e não pilhas ácidas. Talvez pelo fato de a pilha ácida ser mais antiga ela ficou conhecida como pilha comum quando as alcalinas passaram a ser comercializadas. Fato é que pilhas ácidas existem Será que valeria uma revolução para dar o devido crédito a essas pilhas? É algo para se pensar…

Compartilhe:

Leave a Reply

Your email address will not be published.Required fields are marked *