Na sinfonia do futuro, quem conduzirá a melodia: as máquinas que aprendem ou os humanos que criam? (V.7, N.5, P.3, 2024)

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Tempo de leitura: 4 minutos
#acessibilidade: Encontramos na ilustração acima duas mãos quase se tocando através de seus respectivos dedos indicadores. A primeira mão, na esquerda, possui aparência carnal mas com pequenas partes artificiais. A segunda, na direita, é totalmente mecânica. Na quase união entre elas há a formação de um círculo amarelo, como uma áurea.

Texto escrito pelos colaboradores Maíra Guimarães Nobrega, Jhonathan Rosa de Souza

Na era digital, a seguinte questão se apresenta: “Será mesmo que as máquinas vieram dominar e substituir os seres humanos nesse mundo?” Com o avanço da tecnologia e a crescente disponibilidade de IA em aplicativos utilizados no trabalho e no cotidiano, surgem muitas indagações, não só a respeito da manutenção de empregos, mas também sobre a segurança e controle da própria vida. Para desmitificar a ideia que seremos futuramente trocados por dispositivos, é necessário compreender o que é a inteligência artificial e como ela pode ser introduzida no cotidiano das pessoas.

A inteligência artificial é uma das mais promissoras áreas que vem tomando conta da atualidade. Ela engloba o ramo da ciência da computação que compreende o desenvolvimento de sistemas e algoritmos que são capazes de realizar tarefas que exigem a inteligência lógico-matemática humana. Ou seja, constituem máquinas mais poderosas com programas eficientes que podem aliviar a exaustão provocada por tarefas repetitivas e grandes volumes de dados.

O que assemelha a inteligência artificial com a inteligência humana? Parecem que pertencem a mundos totalmente diferentes, não é mesmo?! À medida que estudamos cada vez mais a interação entre elas, observamos que ambas as “inteligências” possuem algo em comum: a capacidade de aprender. A IA é capaz de aprender sobre como ler, armazenar dados, receber inúmeros comandos, realizar tarefas e corrigir seus erros. Tomando decisões finais de acordo com as informações que são fornecidas ao seu sistema. Com isso, humanos e IAs se assemelham na maneira como pensam e aplicam as informações que reunem.

Nos últimos anos, observa-se que a interação entre seres humanos e a inteligência artificial tem se ampliado na vida cotidiana. Nesta interação, a busca por melhorar a qualidade de vida das pessoas tornando sua jornada de trabalho menos exaustiva e mais produtiva, tem sido um foco. Por exemplo, setores como a medicina e a farmacologia se beneficiam da IA para a produção de medicamentos, diagnósticos precisos e automação de processos, incluindo o desenvolvimento de robôs domésticos.

Há também o mercado financeiro, em que a tendência é a crescente utilização da inteligência artificial se deve à capacidade desses sistemas de automatizar uma vasta quantidade de dados em tempo real, identificando padrões em transações monetárias que poderiam passar despercebidos pela análise humana. Tal automação possibilita uma verificação mais precisa de possíveis fraudes e suspeitas cibernéticas, superando os métodos tradicionais.

A área da química computacional tem avançado no entendimento e na aplicação da inteligência artificial, com o objetivo de explorar novos materiais de forma mais abrangente. Isso tem possibilitado a descoberta de compostos com uma vasta gama de estruturas químicas, identificando materiais que possuem propriedades desejadas e acelerando o processo de desenvolvimento que são de difícil acesso pelos métodos exaustivos, ampliando as perspectivas de criação de materiais avançados e novos fármacos.

A inteligência artificial também vem como forma de complementar o dia-a-dia das pessoas, uma vez que tem como um de seus objetivos alcançar um maior número de informações de maneira fluida e clara, podendo até melhorar a comunicação entre indivíduos, com o uso dos sistemas de tradução automáticas, de assistentes virtuais para poder aperfeiçoar técnicas de comunicação em outros idiomas, criação de soluções acessíveis para pessoas que apresentam algum tipo de deficiência e ferramentas que ajudam na criação de conteúdo.

Com tudo isso, a IA pode transformar a maneira como trabalhamos, aprendemos e criamos. Respondendo a pergunta do início do texto, as IAs não estão destinadas a nos substituir ou competir com os seres humanos, devemos encará-las como ferramentas destinadas a contribuir para a ampliação e desenvolvimento contínuo das inovadoras capacidades humanas. Este é um caminho para soluções mais simples e precisas, potencializando a interação já profunda entre seres humanos e máquinas.

Fontes:

BAUM, Zach. Explorando o aprendizado de máquina em química: tendências e oportunidades. CAS: A division of the American Chemical Society, [s. l.], 29 set. 2021. Disponível em: https://www.cas.org/pt-br/resources/cas-insights/digital/artificial-intelligence-chemistry.

GERKEN, Tom. Inteligência artificial é avanço mais importante da tecnologia em décadas, diz Bill Gates. BBC News Brasil, [s. l.], 23 mar. 2023. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqqz6w6nzr1o.

SICHMAN, Jaime Simão. Inteligência Artificial e sociedade: avanços e riscos. Scientific Electronic Library Online, [s. l.], 2021. DOI https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2021.35101.004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/c4sqqrthGMS3ngdBhGWtKhh/?lang=pt#.

TORRENTE, Andrea. Inteligencia artificial promete milhões de novos empregos e menos horas trabalhada. Gazeta do Povo, [s. l.], 13 nov. 2019. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/inteligencia-artificial-promete-milhoes-empregos-e-jornada-reduzida/

Para saber mais:

Mundo Conectado “Inteligência artificial: o que é, história e definição

Ciência Todo Dia “O Verdadeiro Problema de Inteligências Artificiais

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