#acessibilidade Xícara de café em cima de um pires. Há vapor saindo da xícara e diversos grãos de café espalhados em cima do pires e ao redor dele. No canto superior direito há a fórmula esquelética da cafeína.
Texto escrito pelos colaboradores Matheus Lopes Silva, Helen Reis Modesto, Wellington Diego da Ascenção
Quem nunca tomou aquele cafezinho para se manter alerta numa prova ou durante o trabalho? Além do sabor e aroma, essa característica de nos manter alerta faz com que o café seja, há séculos, uma das bebidas mais consumidas do mundo.
Afinal, o que tem naquele cafezinho que nos faz despertar quando estamos sonolentos? Uma substância química bem conhecida é a responsável por essa sensação de vigor após o consumo daquela bendita xícara de café: a cafeína.
Na química, a cafeína é classificada como um alcaloide estimulante da classe das metilxantinas. E não é só no café que encontramos cafeína. Chá mate, chá preto, chocolate e aquele refrigerante de cola famoso são alguns exemplos de outros alimentos que também contêm cafeína em suas formulações.
Uma questão curiosa é: por que algumas plantas produzem a cafeína? No caso do café, ela é produzida pela planta do cafeeiro (Coffea arabica, o nome científico da planta) como pesticida natural. Quando um inseto começa a se alimentar das folhas do café, a planta produz cafeína em grandes quantidades para paralisar e matar o predador.
Outra questão curiosa sobre a cafeína é como ela age no nosso organismo. Ela age diretamente no sistema nervoso central. A adenosina é uma substância química presente em nosso cérebro. Ela se liga a receptores específicos dela e assim nos causa sono. Quando tomamos aquela xícara de café, a cafeína “rouba” o lugar da adenosina nesses receptores. Com isso, perdemos a sensação de sono e passamos a ter uma sensação de vigor.
Outra consequência da ingestão do nosso cafezinho é a liberação de adrenalina no nosso organismo, o que nos deixa ainda mais acordados. Isso acontece porque, como vimos acima, a cafeína “rouba” o lugar da adenosina nos receptores no cérebro. A consequência desse “roubo” é um aumento da atividade cerebral. Isso faz outras partes do cérebro entenderem esse aumento de atividade como uma situação em que você precise de atenção, causando a liberação de adrenalina.
Os efeitos da cafeína podem ser sentidos de 3 a 4 horas após o consumo daquele saboroso cafezinho. Quando este período passa, nós nos sentimos novamente cansados e sonolentos devido ao excesso de adenosina que foi acumulada e não passou pelos neuroreceptores. Nosso organismo pode, então, querer mais uma xicarazinha de café após esse período. Aí é que mora o perigo, pois isso pode levar à dependência.
Doses maiores que 150 mg de cafeína para cada 1 kg de massa corpórea podem ser fatais. Contudo, o consumo moderado de café ao longo do dia não é prejudicial à saúde, já que uma xícara de cafezinho possui em média 40 mg de cafeína. Assim, seriam necessárias aproximadamente 262 xícaras de café para intoxicar um adulto de 70 kg por cafeína.
O mais importante é que o consumo da cafeína não comprometa os ciclos circadianos (o ciclo biológico de quase todos os seres vivos) do indivíduo e o número de horas de sono recomendadas para cada pessoa. Assim, é melhor deixar para tomar o cafezinho até, no máximo, 5 horas antes de dormir.
Fontes:
Fonte da imagem destacada: Coffee By Firesky Studios Ireland | Vaccinationist [Public domain], via Wikimedia Commons