#acessibilidade Desenho de um sapinho deitado em um tronco confortavelmente, com pernas cruzadas, tomando um copo de suco com canudinho.
Você já deve ter escutado a expressão: “a hora da onça beber água”. Mas você já se perguntou se existe a hora do sapo beber água? Sapo bebe água?
Sapos são anfíbios, aqueles animais que vivem parte de sua vida em ambiente aquático e parte em ambiente terrestre. Isso na maioria dos casos, porque existem exceções. Os sapos fazem parte de um grupo de anfíbios que chamamos de anuros e que inclui também as rãs e as pererecas. No Brasil os anuros são os anfíbios mais famosos e estão geralmente associados a locais úmidos. Existem mais de mil espécies de anuros por aqui, quase 15% das espécies que existem no mundo e muitas delas só ocorrem aqui, são brasileiríssimas!
A pele dos anuros é a mais fina entre os vertebrados terrestres (aqueles animais que apresentam ossos dentro do corpo) e tem funções que vão além da proteção. Os anfíbios respiram através da pele e para que isso ocorra, ela precisa estar úmida. Perdem muita água pela pele, mas também podem absorvê-la. Isso mesmo! Sapos não bebem água! Pelo menos não pela boca. Eles absorvem água através da pele. Quando um sapo está com sede, ele senta em um lugar úmido e se achata contra a umidade. A pele de baixo do corpo é normalmente mais porosa e rica em vasos sanguíneos e funciona como uma esponja.
Essa mesma pele com funções tão especiais é considerada o motivo dos anfíbios serem animais sensíveis a alterações ambientais que envolvam o clima e a poluição. Infelizmente, os anfíbios são um dos grupos com uma das maiores proporções de espécies ameaçadas de extinção. Nós, cientistas que trabalhamos com o grupo, consideramos a situação alarmante. Primeiro porque estamos perdendo diversidade num grupo tão interessante de animais e também porque, sendo sensíveis, os anfíbios podem funcionar como um alerta. Quando a diminuição de qualidade do ambiente que afeta os anfíbios nos afetará? Nossa saúde também depende da qualidade da água, do ar e do alimento que consumimos. Haverá remédio capaz de remediar a situação?
Fontes:
Fonte da imagem destacada: Freepik
Duellman and Trueb. 1994. Biology of Amphibians. John Hopkins University Press Pough et al. 2008. A vida dos Vertebrados. Ed. Atheneu.
Verdade, Dixo e Curcio. 2010. Os riscos de extinção de sapos, rãs e pererecas em decorrência das alterações ambientais. Estudos avançados 24 (68).
Para saber mais:
Olá, gostaria de saber, meu poço d’água tem sapos, e é fundo não consigo tirar,faz algum mal agente banhar e beber essa água com esse cheiro e gosto.
Emanuel, se você pode sentir cheiro e gosto na água, tem mais do que água no seu poço. Se caem sapinhos, posso dizer que outros animais devem cair também, como pequenos roedores! Então cuidado! A água deve estar contaminada. Que tal colocar em volta do poço uma cerca de tela? Ainda assim, é melhor ferver a água antes de beber.
Oi, eu tenho uma pergunta. Eu sempre notei que os sapos sempre vão de exato encontro ao recipiente de água dos meus gatos, isso acontece TD santo dia, eu coloco eles pra foram e eles voltam, eles possuem algum mecanismo pra identificar locais/ambientes mais úmidos?, Pq a qntd de vezes que ele vem parar nesse recipiente permite descartar coincidência/acaso, calculado, como se o recipiente fosse o destino
Sim! Os sapos são capazes de identificar gradientes de umidade. Que tal colocar outro recipiente com água no local e ver se desistem procurar a água dos gatinhos?
Fantástico…